quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Beneficio tardio e injustiça atuante


O ex-líder seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes recebeu oficialmente ontem, 20 anos depois de ser assassinado, o perdão do Estado brasileiro e foi anistiado pela perseguição sofrida durante a ditadura militar (1964-1985). Chico Mendes foi perseguido entre os anos de 1980 e 1984 por suas atividades sindicais e pelo ideal de preservação da Amazônia
O cabo da PM William de Paula foi inocentado da acusação de matar o menino João Roberto, 3, em julho deste ano, no Rio. Ele foi condenado apenas por lesão corporal leve (pelos estilhaços que atingiram a mãe e o irmão de João Roberto) a sete meses em regime aberto, pena substituída, segundo decisão do juiz, por uma hora semanal de serviços comunitários durante um ano. A sentença revoltou os pais de João Roberto.
Estas duas notícias ocupam o mesmo jornal de hoje. Embora a primeira seja vista como uma reparação tardia, ela ainda revela a injustiça contra quem lutou pela preservação da natureza.
A segunda notícia, não sabemos se invalida a primeira ou se faz parte do mesmo esquema. Uma família perdeu um filho e a justiça absolve o culpado pela morte da criança, dizendo que foi uma fatalidade. Como a justiça olha a dor desta família quando um representante seu age de maneira irresponsável? Como a justiça pode declarar fatalidade quando a prova do desastre mostra a incompetência da policia, que resultou na morte da criança? E por último, como um júri pode absolver uma pessoa que provocou um buraco irreparável na família que perdeu seu filho?
Não podemos fazer muita coisa porque o estado de direito é torto, e a esta altura, é impossível endireitar sem quebrar. Mas podemos dizer a família que Deus irá consolá-los. Que a justiça de Deus, que perscruta detalhes, irá dar a devida penalidade a quem não considera a vida um dom de Deus.
Que os pais de João Roberto sejam consolados pela preciosa e doce graça do Senhor Jesus Cristo. Que suas expectativas de justiça sejam firmadas no Deus que expõe os pensamentos e as intenções ocultas, pois é Ele quem lhes dará a justiça.

Fonte: Cotidiano, Folha de S. Paulo
11.12.2008
Mário Lúcio Nascimento

Mário Lúcio é natural de Belo Horizonte, MG. Escritor e conselheiro, trabalha há mais de 30 anos na produção de mensagens e textos bíblicos usados para aconselhamento.

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