Atualmente, porém, [ele] é útil a ti e a mim.
Filemom 11
Ao dizer que Onésimo (cujo nome significa útil) havia sido inútil, Paulo não apenas fez um trocadilho. Ele constatou que toda a escravidão é inútil. Era preciso que Filemom e Onésimo entendessem o sentido da utilidade.
A sala da diretoria de uma grande empresa era atendida por um servente magro e de cabelos arrepiados, alvo das brincadeiras dos executivos: “Ei, pernalonga, arrepia daqui”. Um dia, um novo diretor decidiu que o exemplo de respeito para com o público deveria partir dali. Pediu aos executivos que se desculpassem com o servente. Ao pedido de desculpas, este respondeu: “Está bem, se vocês não vão mais agir assim comigo, eu também prometo não cuspir mais no seu café”.
Enquanto perdurasse aquela situação, qualquer atitude seria inútil. Daí a necessidade de volta de Onésimo. Mesmo que Filemom o alforriasse, ele continuaria a ser um ex-escravo inútil e Filemom, um inútil ex-Senhor de escravos. Nenhum bem que produzisse aproximação e serviço.
A verdadeira liberdade não é aquela que divide as pessoas e foge da responsabilidade de ministrar ao próximo. Essa liberdade só existe quando o bem que há em nós para com Cristo é voluntariamente usado para transformação e crescimento do outro. Aí, nas cadeias do serviço, somos úteis a Deus e ao próximo. E usufruímos da liberdade que só conhecem aqueles que foram libertos do egoísmo para a obra do reino de Cristo.
Retirado de Devocionais para Todas as Estações (Editora Ultimato, 2009)
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