segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cadeias do amor


Prefiro solicitar em nome do amor.
Filemom 9

As cadeias de Cristo geram privilégios e obrigações. Paulo tinha direitos adquiridos na amizade com Filemom, que lhe devia a “própria vida”. Contudo, preferia não ordenar, mas pedir em nome do amor.

O amor não é só o sentimento, mas, sim, o compromisso de não pensar de si mesmo além do que convém, de ter o mesmo sentimento para com o outro, de preferir o outro em honra e de entregar-se pelo outro. O amor é longânimo, benigno e jamais acaba. Assim, em nome do amor Paulo pede a Filemom que receba Onésimo — seu “próprio filho” (“que gerei nas minhas prisões”) — de volta.

O amor nos permite dar frutos. Suas cadeias fecundam vidas que se desenvolvem em doces afetos e acres sacrifícios. Como poderia Filemom furtar-se às dores do parto? Como romper as amarras dos sentimentos injustos? A resposta é: pela graça de Deus, que traz a paz.

Em nosso coração, a lei se traduz em direitos e obrigações, que geram frustrações e iras. Por causa do pecado, somos condenados à escravidão. Filemom era escravo do direito e Onésimo, da lei natural da liberdade. Paulo, amparado pela lei, abrigava o escravo fugido. Tinham o direito de fugir, de exigir e de se separarem. Só a graça de Deus — lei do amor — poderia gerar filhos livres e irmanados, e trazer a paz.

Quando estivermos irados, ofendidos por causa de alguma injustiça cometida contra nós, as cadeias do amor podem fecundar nossos afetos a fim de que geremos graça e demos à luz a paz de Cristo.

Retirado de Devocionais para Todas as Estações (Editora Ultimato, 2009)

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