terça-feira, 24 de maio de 2011

Cadeias da comunhão


Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus.
Filemom 1

Paulo, preso em Roma, encontrou Onésimo, escravo fugido de Filemom, e o conduziu a Cristo. Depois disso, pediu a Filemom que o recebesse de volta.

Como Filemom, sendo crente, possuía escravos? Por que fazer o escravo voltar à situação tão injusta? Paulo presume outra questão: não seria Filemom, também, escravo da situação e igualmente necessitado de libertação?

É como se ele dissesse: “Querido Filemom. Cá estou, prisioneiro de César, imaginando seu sofrimento diante da fuga de Onésimo. É duro ser rejeitado por alguém a quem tratamos bem. Sei disso porque, além de encarcerado, sofro a incompreensão dos que deviam ser meus aliados. Deus, porém, ensinou-me que, antes de tudo, sou prisioneiro de Cristo. A prisão de César é meu ministério. Este é também o sentimento de Timóteo, nosso irmão, que participa comigo destas cadeias. E você é nosso amado cooperador. São os mesmos elos fraternos que nos prendem a Áfia, que nos tornam companheiros de luta com Arquipo e que unem a igreja. Seu preço deixa gosto acre na boca, mas doce no coração, pois são agridoces cadeias da graça de Deus, que promovem em nós a paz de Cristo. São dores de amor.”

Todos somos prisioneiros — de Deus ou dos ídolos. Uns, escravos de Senhores, fogem das suas cadeias; outros, Senhores de escravos, a elas se prendem. Será mais fácil vencer os sentimentos da injustiça quando entendermos que só as cadeias do amor de Cristo nos libertam das cadeias do temor dos homens.

Retirado de Devocionais para Todas as Estações (Editora Ultimato, 2009)

Nenhum comentário: