domingo, 10 de outubro de 2010

Paulo em Éfeso


Todos os judeus e os gregos que viviam na província da Ásia ouviram a palavra do Senhor. Atos 19.10

O padrão do ministério evangelístico de Paulo em Éfeso foi semelhante ao de Corinto. Ele começou pregando na sinagoga, mas quando o evangelho foi rejeitado ele se dirigiu a um local secular.

As viagens missionárias de Paulo às cidades de Corinto e Èfeso nos oferecem importantes lições sobre evangelismo urbano, ensinando-nos onde, como e quando pregar o evangelho.

Primeiramente, observe que Paulo escolheu lugares seculares — a casa de Tito Justus em Corinto, e a escola de Tirano, em Éfeso. Ainda hoje, as pessoas religiosas devem ser evangelizadas em prédios religiosos (igreja ou sinagoga), mas aquelas que não são religiosas podem ser mais facilmente alcançadas em prédios seculares, por exemplo, através do evangelismo nos lares ou em conferências evangelísticas.

Em segundo lugar, considere a forma racional com que Paulo apresenta o evangelho. Lucas usa dois verbos, um com o sentido de argumentar (dialegomai) e o outro de persuadir (peithō). “Este homem está persuadindo o povo”, reclamaram os judeus a Gálio (18.13). Na sinagoga e em seu discurso no Areópago, Paulo empregou uma combinação de argumentação e persuasão, tornando sua abordagem séria, bem fundamentada e convincente. Certamente uma boa argumentação não substitui o Espírito Santo, mas contar com o Espírito Santo não dispensa uma boa argumentação. O Espírito da verdade faz com que as pessoas creiam em Jesus não apesar das evidências, mas ao abrir suas mentes e considerá-las seriamente.

Por fim, note o longo período que Paulo permaneceu em cada lugar — dois anos em Corinto e três em Éfeso. Seu uso proveitoso da escola de Tirano é particularmente extraordinário. Há indicações de que ele ensinou diariamente, durante dois anos, nessa escola. Beza, teólogo francês do século 16, discípulo de Calvino, acrescenta “da quinta à décima hora”, ou seja, das onze da manhã às quatro da tarde. Supondo que Paulo separava um dia da semana para descanso e adoração, seis dias por semana com aulas de cinco horas representam 3.120 horas de argumentação baseada nos evangelhos! Não é de admirar que Lucas comente que “todos os judeus e os gregos que viviam na província da Ásia ouviram a palavra do Senhor” (19.10).

Leitura recomendada: Atos 19.8-10

Retirada de A Bíblia Toda, o Ano Todo (Editora Ultimato, 2007)

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