sábado, 9 de outubro de 2010

Paulo em Atenas


Enquanto esperava por eles [Silas e Timóteo] em Atenas, Paulo ficou profundamente indignado ao ver que a cidade estava cheia de ídolos. Atos 17.16

Algo atraiu a atenção de Paulo em Atenas, o grande apóstolo cristão em meio às glórias da Grécia antiga. Ao caminhar pela cidade, ele ficou “profundamente indignado” ou “revoltado” com a idolatria que o rodeava. Essa mesma palavra é usada na Septuaginta para expressar a reação de Deus à idolatria. Os ídolos atenienses despertaram em Paulo um profundo e arrebatador zelo pelo nome de Deus, por isso ele discutiu na sinagoga e no mercado com todos que estavam lá. Então, alguns filósofos estóicos e epicureus começaram a questioná-lo. Não podemos deixar de admirar a versatilidade de Paulo ao compartilhar o evangelho com diferentes tipos de pessoas. Seu diálogo com os filósofos fez com que ele fosse convidado para uma reunião no mundialmente famoso supremo concílio de Atenas, o Areópago.

Tomando a palavra, Paulo usou como ponto de partida um altar que havia encontrado com a inscrição: “Ao deus desconhecido”, propondo anunciar-lhes esse deus que eles adoravam, mesmo sem conhecer. Paulo então o apresentou como o Criador do universo, o Senhor dos céus e da terra; como aquele que dá sustento a todos, portanto, não tem necessidade de nada; como o Soberano das nações, aquele que determina os tempos e os lugares; como o Pai dos seres humanos, de quem somos descendência (nas palavras do filósofo estóico Aratus); e como Juiz do mundo, que não levou em consideração a ignorância do passado, mas que agora ordena a todos, em toda parte, que se arrependam.

Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou, ressuscitando-o dentre os mortos. Ao ouvir isso, alguns deles zombaram, outros creram.

O que mais impressiona é a abrangência da mensagem de Paulo. Ele proclamou Deus em sua plenitude, como Criador, Sustentador, Soberano, Pai e Juiz. Tudo isso é parte do evangelho, ou, no mínimo uma introdução necessária ao evangelho. Muitas pessoas têm rejeitado o evangelho não por entenderem que ele é falso, mas por considerarem sua mensagem trivial. Elas estão à procura de uma visão de mundo integrada, que faça sentido à sua experiência de vida. Paulo nos ensina que não podemos pregar o evangelho de Jesus separado da doutrina de Deus, ou falar da cruz sem falar da criação, ou da salvação sem o juízo, e vice-versa. O mundo atual precisa de um evangelho mais amplo, o evangelho pleno das Escrituras, que Paulo mais tarde, em Éfeso, chamaria de “todo o desígnio de Deus” (20.27, ARA).

Leitura recomendada: Atos 17.22-31

Retirada de A Bíblia Toda, o Ano Todo (Editora Ultimato, 2007).

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