Durante a noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe suplicava: “Passe à Macedônia e ajude-nos”. Atos 16.9
A característica mais notável da segunda viagem missionária de Paulo é que pela primeira vez, a boa semente do evangelho foi plantada em solo europeu. Lucas nos conta acerca da visão (ou sonho) de Paulo, na qual um macedônio aparece implorando ajuda. Alguns sugerem que não seria outro senão o próprio Lucas, a quem Paulo havia encontrado recentemente e cuja presença é confirmada pela expressão “nós”, usada aqui pela primeira vez.
Durante os trabalhos missionários em Filipos, Lucas relata a conversão de três personagens interessantes: Lídia, uma rica empresária de Tiatira, em cuja casa a igreja mais tarde se reuniria; uma escrava desconhecida, que dava lucro ao seu dono por meio da adivinhação; e um carcereiro romano, que perguntou o que deveria fazer para ser salvo. Essas três pessoas eram completamente diferentes, tanto no aspecto racial, como social e psicológico. Pertenciam a mundos diferentes. No entanto, elas estavam unidas em Cristo, apesar das exortações à unidade feitas por Paulo em sua Carta aos Filipenses denunciarem algumas tensões dentro da igreja.
Partindo de Filipos, os missionários seguiram para o sul, em direção a Tessalônica, a capital da província romana da Macedônia. Por três sábados seguidos, Paulo discutiu com as pessoas acerca das Escrituras, explicando e provando que o Messias havia de sofrer e ressuscitar da morte. Em seguida, ele anunciou-lhes Jesus, contando a história de seu nascimento, vida, morte e ressurreição. Então uniu as duas histórias, identificando o Jesus da história com o Cristo das Escrituras, dizendo: “Este Jesus que lhes proclamo é o Cristo” (17.3). Ouvindo isso, alguns judeus incrédulos começaram um tumulto. Logo que anoiteceu, eles foram levados para fora da cidade, às escondidas, de onde seguiram para Beréia. Lucas imediatamente menciona que os bereanos tinham a mente mais aberta que os tessalonicenses, pois examinavam as Escrituras diariamente para conferir se aquilo que Paulo estava dizendo era verdade.
Uma característica que se destaca na obra missionária entre os tessalonicenses e os bereanos é a seriedade das pessoas com relação às Escrituras. Por exemplo, Paulo em Tessalônica precisou argumentar, explicar, provar, proclamar e persuadir, enquanto que em Beréia os judeus diligentemente examinavam as Escrituras. Como escreveu Bengel, filósofo e teólogo alemão do século 18, “Uma das características da verdadeira religião é resistir a uma crítica interna”.
Leitura recomendada: Atos 17.1-4, 10-11
Retirada de A Bíblia Toda, o Ano Todo (Editora Ultimato, 2007
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