sábado, 26 de setembro de 2009

Felicidade



Um grupo de pais nos Estados Unidos foi perguntado numa pesquisa de opinião sobre o que mais desejava para seus filhos; entre as opções relacionadas constava: um caráter irretocável; integridade absoluta; uma carreira com responsabilidade social e outros nobres desejos que qualquer pai sentiria orgulho de ter quanto ao futuro dos filhos. A pesquisa revelou que 85% dos entrevistados responderam que o que mais desejavam para os filhos é que fossem felizes.

Felicidade virou uma obsessão. Para conquista-la ou imaginar que a tenha conquistado, vale tudo. O mais irônico em tudo isso, é que ninguém sabe ao certo o que ela é ou com o que se parece. Assim, a humanidade está obcecada em perseguir uma imaginação que pode variar de cabeça para cabeça. Isto não lhe parece patológico, quase idolátrico?

Vejo uma multidão pagando um preço incalculável, e disposta a pagar mais caso seja necessário, por algo que o mais perto que chegam ao definir é: uma sensação.

A grande maioria relaciona felicidade a algo ou alguma coisa tangível, tocável, palpável… Algo que tem cor, tamanho, preço… Algo que se encontra além deles, em algum lugar, algum momento… Para uns é um número ou uma combinação de seis números – popularmente conhecida como MEGA SENA; para outros é um estado, uma condição, que pode ou não estar conectada com a vida profissional, familiar, amorosa, acadêmica… Como temos o hábito de complicar o que naturalmente deveria ser simples! Depois ficamos assustados com os indíces de suicídio, depressão, ansiedades e outros filhotes dessa cultura mal formada que poucos têm a ousadia de contestar.

Buscamos a “felicidade” concentrando a nossa busca na vida exterior. Nações guerreiam por ela, acreditando na mentira que ela se esconde por entre as riquezas do vizinho ao lado; homicidas matam sob o engano de que ela se esconde por entre a carteira ou a coleção de cartões de crédito da sua vítima; os shoppings (que palavra portuguesa eu poderia usar para sustituir Shopping center? – aceito sugestões) estão lotados de consumidores vorazes que cederam à sedução da máxima mentirosa que afirma: quanto mais se tem, mais se é feliz… Bem, a loucura travestiu-se e ninguém consegue enxergar. Quanta energia desperdiçada!

As vezes chego a me sentir desanimado demais para lutar contra esta tendência burra e cega. Sabe como é, seguir a manada não exige esforço, basta estar no meio do estouro e correr na direção escolhida pela maioria. Trabalhoso é fugir dos empurrões e encontrões das bestas; colocar-se a parte e escolher com sabedoria o próprio rumo.

Jesus definiu felicidade como algo que o homem deve cultivar no coração, e ao sinal de fruto dessas virtudes, sua resposta deve ser de intensa satisfação, mesmo porque o reino de Deus não está do lado de fora, mas dentro de cada um de nós. Assim, ao primeiro sinal de virtudes como a humildade, a misericórdia, a sensibilidade para chorar sem receios, o coração guardado das impurezas e agressões da iniquidade… deveria nos fazer sentir os mais felizes entre todos. Mas, nessa geração consumista, quem se habilita a crer que Cristo é suficiente?

Será que tem alguém aí do outro lado dizendo amém?

SOLUS CHRISTUS

Com amor,
Pr. Weber


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