quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cristianismo sem poder



A presunção é uma opinião ou conceito demasiado bom que a pessoa tem sobre si mesma, que a leva a fazer demonstração pública desta visão. O presunçoso pode não ser arrogante, mas infelizmente ele acha que faz diferença entre as pessoas. Atualmente parece que os maiores presunçosos do mundo são os cristãos.

Nós cristãos temos a idéia de que a nossa fé é algo impossível de ser rejeitada, que ela continua dando a mesma quantidade de frutos que deu no primeiro século. Embora em outros lugares haja religiões diferentes da nossa, eles são influenciados pelo cristianismo e conhecem Jesus um pouco menos do que nós conhecemos.

Ontem eu recebi um e-mail de uma irmã que está morando na China, e ela está surpresa com a ausência de Jesus naquele país. O e-mail enviado por ela diz: “... a vida aqui não tem sido fácil. Tenho congregado na casa de uma família cristã brasileira. Fazemos cultos domésticos. É o que nos tem sustentado. Principalmente nesta época do ano em que Cristo deveria de alguma forma ser lembrado. Aqui Ele é totalmente inexistente. O comercio até apela em algumas regiões para os estrangeiros, que acabam consumindo enfeites e outras coisas de natal. Mas sem o menor sentido”.

O cristianismo pode ter mudado o mundo passado e encerrado culturas contrárias a Jesus e ao Pai, mas o mundo reagiu e hoje enxergamos que a cada dia mais ele é bombardeado de maneira implacável. Temos sido atacados de dentro para fora e de fora para dentro. O cristianismo vive tempos de um vazio de fé, de caráter e ética. Nos lugares onde ele existe, está a cada dia incorporando-se a política, ao comércio e ao mundo. Prega-se o bem estar pessoal e poucos, bem poucos lutam pelo testemunho de Jesus.

A evangelização atual é mais preocupada em não ofender ninguém do que falar de Jesus. Se existem lugares no mundo onde o cristianismo é inexistente ou somente uma igreja escondida, não é o sistema político que ocultou-a. Foram os testemunhos dos cristãos que não corresponderam a santidade de quem cremos; é a nossa fé que se tornou pessoal e mais voltada para nós mesmos, do que para aqueles que não conhecem Jesus.

Talvez hoje mereçamos o nome de cristãos e não os do “Caminho”, pois temos ocultado o caminho de quem não o conhece. Que a misericórdia de Deus nos ajude a nos manter entre os fiéis a Jesus, pois o tempo está no fim.


Fonte: Jorge Cláudio - Secção Opinião da Folha de S. Paulo

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